R E L Ó G I O D O T E M P O


Tudo tem o seu tempo!
Frase de efeito.
Ou se come cru.
Ou se come queimado.
Há quem espera o tempo certo.
Há quem coma a ansiedade.
Certo é que do tempo não se escapa.

O tempo não para!
Foi o poeta quem disse.
Ou se corre muito
E atropela!
Ou vai no d e v a g a r
E é atropelado!
Se parar passam por cima.

O tempo rouba a memória!
Sou eu quem digo.
Se os ponteiros não correm juntos,
O risco é ficar para trás ou sumir na frente.
Isto o relógio não perdoa!
Implacável é fiel ao tempo.
É quando a saudade dá o seu jeito.

(GeraldoCunha/2020)

Dono do tempo

De manhã escrevo,
De tarde estremeço,
De noite enlouqueço;
Quando acordo esqueço.
As horas passam!
Por ora tímidas,
Por ora atrevidas,
Quase sempre insanas.
Quando recobro a lucidez,
Quero adormecer
Dono do tempo,
Para no seguinte acordar
E começar tudo de novo!
Sou dono tempo,
Mas é o tempo que me domina!

(GeraldoCunha/2019)

Frágil


A vida é este frágil do tempo
Um instante de prolongamento
Um breve no hesitante do existir
Fagulha de uma chama que não se apaga
Ou o devagar apagar de uma vela
O delicado da seda que com o toque se rompe

A vida é este flash no tempo
O orvalho que seca ao primeiro sol
O eterno do instante que resta
Um sopro de esperança que não basta
O inevitável encontro de olhares
O silêncio do encerramento inevitável

A vida é este romper do tempo
A acelerar as impressões no rosto
A encurtar os passos na distância
O ressignificar os sentimentos
O desacelerar das palpitações
A substituir as saudades por lembranças

(GeraldoCunha/2019)

Jogo do tempo (vale a pena publicar de novo)


(texto produzido e publicado originalmente em 2017 – fotogragia 2019)

Hoje eu não quero fazer mais nada, a não ser olhar o tempo.
E já faço muito, pois é tarefa por demais àrdua.
Entro num jogo que quase sempre perco.
Olhar o tempo requer pensar no que foi, no que é e como será.
Ufa!
Só de pensar canso.
Mas não desisto.
O não fazer nada é um engano, embaralhamento das ideias.
Eu sei, mas quero jogar.
O tempo se mistura, o que foi, parece ainda ser e talvez nunca será.
Não, não e não.
Não quero pensar e por isso fico só a olhar o tempo.
Penso não fazer nada, mas faço.
Penso, é isso!
Como esvaziar a mente se penso?
No foi, no é, no agora?.
Mas tudo é hoje, fagulha de tempo, quando se vê, veio e foi.
Então apenas é e fico a olhar o tempo, enquanto não faço nada.
Estou enganando a quem?
A mim talvez.
Só não engano o tempo, que no meio do nada, neste jogo, me lembra o que fiz, quem eu sou e como gostaria que fosse.
Nessa de não fazer nada, acabo fazendo mais do que deveria.
Jogo com o tempo e ele quase sempre ganha, pois tem nas mãos o que foi, o que é e como será.
Nessa de olhar o tempo, entro em um jogo de cartas marcadas em que tenho a meu favor apenas o fator surpresa.
Algumas vezes ganho, em muitas perco, mas continuo.
E eu que não queria fazer nada e só olhar o tempo ?!
(GeraldoCunha/2017)

Relógio


Falo tanto sobre o tempo
Que tenho receio de me repetir
O tempo não se repete
O passado não se reinventa
Fica guardado na memória
E vai se desfazendo
O presente é o milésimo de segundo
Ou menos que isto
Quer tanto o futuro
Quando se vê já é passado
O tempo é o instante
O relógio se repete
O tempo dele não

(GeraldoCunha/2019)

Cheiro e sabor / Ciclos da vida

(este poema é absolutamente pessoal – talvez alguém se identifique)

Tem música com sabor.
Arroz com carne moída,
Fins de tarde em família,
Recordações da infância,
Sítio do Picapau Amarelo!

Tem música com cheiro.
Perfume do primeiro amor,
Amizades incondicionais,
Lembranças da adolescência,
Roda de violão e coca-cola!

Tem música com sabor.
Pão de queijo com linguiça,
Café que acabou de ser coado,
Memórias da juventude,
RPM tocando na vitrola!

Tem música com cheiro.
Flor dama da noite,
Jardim da faculdade,
Reminiscência da mais idade.
Pipoca doce de saquinho!

(GeraldoCunha/2019)

Sem roteiro


Não fiz um roteiro,
Fui seguindo intuições.
Tantos atropelos,
Tropeços e quedas.
Outros tantos,
Acertos e sorte!
Quantas vezes
Não sabia a direção,
Mas fui assim mesmo!
E as indicações erradas?
Foram tantas, nem sei!
Arrisquei, apostei
Mas fui assim mesmo!
Depois retomei o curso.
Nem vou falar dos
Arrependimentos…
Por eles me martirizei,
Por algum tempo,
Não muito!
Só o tempo de me reestruturar.
Mas também tive
Bons direcionamentos.
Sem contar as ótimas
Companhias.
Estas foram muitas.
E como foram!
Entre risos e choros
Quantos encontros!
Não fiz um roteiro,
Não, não fiz!
Não por prepotência
Em achar desnecessário.
Mas por inexperiência mesmo.
Muitas vezes foi assim.
Outras pura falta de imaginação.
Confesso!
O certo é que andei
E andei e andei e andei.
Até me encontrar aqui
E sem querer olhar pra trás…
Sigo, sigo em frente sem roteiro.

(GeraldoCunha/2019)

Não mais que o tempo


(Gosotu? veja também Prisioneiro)///.
Segure o tempo
Enquanto estivermos só um
E isto fizer todo sentido
E que cada segundo
Seja contado em horas

Solte o tempo
Quando estivermos longe
E isto não fizer qualquer sentido
E que cada hora
Seja contada em segundos

Congele o tempo
Quando estivermos partindo
E isto ainda for mais uma opção
E que cada dia
Seja contado em eternidade

Confunda o tempo
Quando estivermos só um
E isto não for mais uma opção
E que a eternidade
Seja o agora para sempre

(GeraldoCunha/2018)

Tempo: T01 : Efinal – Observava

Há muito eu te observava.
Só não percebia que você também me observava.
Passamos todo esse tempo só observando.
Só não observamos que o tempo passou.
Seguimos caminhos paralelos nos observando.
Apenas o olhar observador se encontrava.
Distraídos a observar não percebemos que só distanciávamos.
Observamos atentos cada movimento.
Só não observamos que o tempo passou.
(Gcc/2017)

Tempo: T01 : E07 – o tempo é agora

Tempo: T01:E01 – amizade e transformação


A mim me interessa a amizade.
O tempo se encarregará da direção.
Não quero nada que não se inicie de outra forma.
O meio vai traçando o percurso.
O final é consequência.
Qualquer outro plano que seja diferente pode estar fadado ao fracasso.
Confiar no tempo é a melhor forma para a conquista.
Explorar cada possibilidade sem ir direto ao ponto e sem ansiedade pode ser o caminho ideal para o objetivo.
A amizade permite, sem paixões, conhecer o outro, construindo relações sólidas.
Desistir no curso é uma possibilidade – é um risco a correr.
Pegar atalhos faz parte do processo – é a aceleração do tempo.
Sentar só à beira da estrada pode ser uma necessidade – sempre é possível alcançar o outro quando se quer muito.
Toda relação que não respeite o tempo e seja fruto de uma tentativa de alimentar a ansiedade não me interessa.
Ser afoito leva a más escolhas e cega a percepção de quem realmente merece ser visto é conhecido.
(GeraldoCunha/2016)

Tempo: T01:E06 – O que é o tempo?

Tudo tem o seu tempo. Escuto constantemente esta frase. Às vezes a compreendo, outras nem tanto. Por vezes me aborreço, outras tenho esperança. O tempo é a desculpa e o consolo. Ontem, desejava que ele parasse para contemplar lugares, amar ou simplesmente admirar os seres. Mas não parou, acelerou, como quem diz: aproveite cada segundo. Hoje, eu quis que fosse acelerado, mas teimoso, foi mais devagar, mas foi. Coisa do tempo mesmo, que prega peças, nos faz desafios diários. Amanhã, ainda não sei o meu querer, mas o tempo já sabe, ele foi lá e voltou. Sabe que sou curioso, já ele sabe guardar segredo. Não os revela antes do seu próprio tempo, dando sentido à vida. (Gcc/2016)

Tempo: T01:E05- perspectiva 

A espera nos lembra que o tempo pode estar contra ou a nosso favor. É uma questão de perspectiva. (Gcc/2016)

O tempo: T1:E04 – Tudo está parado


É o tempo que pede descanso, já correu demais
Está cansado, mas não pode envelhecer
É o tempo que pede arrego, já se irritou demais
Está cansado, mas não pode repousar
É o tempo que pede trégua, já brigou demais
Está cansado, mas não pode apaziguar
Tudo está parado
É o tempo querendo respirar, para continuar
(GeraldoCunha/2016)

O tempo : T1:E03 – tic-tac


Tudo vai sendo tirado aos poucos
Culpa deste tempo que exige continuidade
Tudo vai sendo modificado aos poucos
Culpa deste tempo que exige mudanças
É o tempo que se culpa e não pede desculpas
(GeraldoCunha/2106)

O Tempo – T1:E02 – Tempo que passou por mim

O tempo – T1:começo Não temos todo o tempo do mundo

Horário é horário, odeio esperar.
Se sabe que vai se atrasar, por qual razão não adianta os compromissos do dia ou não sai mais cedo.
O seu tempo não é diferente do meu, se cheguei você também poderia ter chegado.
Se atrasou, eu também poderia ter me atrasado, mas preferi chegar no horário e não fazê-lo esperar.

(GeraldoCunha/2016)