
Folheadas as páginas
do bloquinho de anotações
carregado no bolso da camisa,
amassado, macerado pelo tempo da escrita e das rasuras, observa o
branco contraste do ontem escrito com o cinza dos sentimentos que não afloram. O papel não segura o risco do grafite.
O poeta descansa o toco do lápis no canto da boca,
olha para o horizonte, enxerga um infinito sob a copa das árvores, respira, fecha o bloquinho, o recoloca no bolso e volta a caminhar.
Caminhar hoje é a poesia.
(GeraldoCunha/2022)
Neste caminhar dá até para voar…
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