
Sem quase perspectiva,
deixei desarrumada a cama,
as roupas ficaram espalhadas,
quis as cortinas cerradas,
os papéis amassados,
atirados,
ficados à mesa,
jogados ao chão,
pisoteados.
Sobre a mesa debrucei
os restos de mim,
e só fiquei,
corpo jogado,
além de mim,
papéis, brancos amassados papéis,
sem expressão, sem impressão.
Lápis derrubado,
esquecido, desapontado.
Uma réstia,
de mim,
de luz,
fresta,
de olhos.
Um apontador,
um não desistir,
Um cansaço de não mais,
[vencido?
Encorajados rabiscos,
uma ponta afiada,
um papel desembolado,
uma cena,
sobre a mesa,
perspectiva…
um poeta adormece.
(GeraldoCunha/2022)
Enquanto dorme recebe inspiração para a próxima escrita…
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Até os poetas precisam de repouso. Amei!
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