Série cotidianos ESPECIAL – Drummond-se

À sombra do tempo
A moça na calçada desfila
sisuda
O atleta sobe as escadas
desce e sobe
tem pressa dos movimentos
surdo ao seu arredor
sibila
em círculos
tonteio só vendo
sorvendo o tempo
procuro
quero sentar
ao longe de mim
quietar

Um cachorro carrega
em sua guia as mãos
arrochadas
Outros livres
latem correm
urinam
no tempo da grama
O homem caminha açodado
outro e outro tantos e nenhum

Tantas coisas só acontecendo
ao mesmo tempo
Tempo do sinal
Tempo da buzina
dos sem tempo
Não vou falar mais do tempo
ando vago urgente
Muito de nós fica no vento

Sento no banco da praça, abro a bolsa, guardo o sem tempo e liberto Drummond…
…”no meio do caminho tinha uma pedra/nunca me esquecerei desse acontecimento”.

(GeraldoCunha/2021)

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