
(GeraldoCunha/2021)
(GeraldoCunha/2021)
Agravam-se as crises
Do mais humano em nós.
Revelam-se
Os ocultos sentimentos.
Somos melhores ou piores?
Seremos diferentes ao final?
O final de tudo será um recomeço?
Não temos as respostas.
Constatações apenas:
O desumano que assombrava
Agora fere com palavras, ações e omissões.
O egoísmo de alguns sobreleva,
Para estes foi assim e sempre será!
São faces que não se envergonham frente ao espelho.
Narcisos engolidos pelo poder!
Quando enxergam beleza é na dor do outro.
Socorrem-se a si e aos seus necessários.
Corja que pisa sem piedade.
Falsos… hipócritas
Nestes não depositamos confiança,
Se pensam que são afagados, enganam-se!
O que se tem é desprezo,
Não pisamos, pois se pisamos igualamo-nos.
Se convivemos é por necessidade e por saber que o mundo não é construído só com bondade!
Nem por isto nos tornamos mais desumanos,
Nos protegemos!
Nos encorajamos!
Criamos couraça para sermos mais fortes.
O humano está em muitos de nós.
Não se esconde e não se dá por vencido.
Não sucumbe às falácias e
Continuará em nós.
Se parece que fomos derrotados,
Novamente enganam-se!
Estamos lutando com nossas armas,
Que são diferentes:
Não corrompem,
Não sangram,
Nem por isto são menos eficazes.
Temos a verdade como escudo.
Não é de perfeição que se trata!
É do limite do humano,
De ressaltar o que em nós há de melhor.
São escolhas:
Nas atitudes,
Nos comportamentos,
Um olhar para o coletivo.
Obs: esta série são leituras de poemas autorais no Instagram divagacoes.geraldocunha
(GeraldoCunha/2021)
(GeraldoCunha/2021)
(GeraldoCunha/2021)
(GeraldoCunha/2021)
TOMADA I
Um homem. Bigode farto. Estaciona o táxi. Aponta para o passeio. Diz ao passageiro que desce – Aquele lá já foi muito rico. Recebe o valor da corrida. Com um aceno. Agradece. Arranca o carro.
TOMADA II
Aquele lá sou eu. Pés vestidos de lama seca. Penso . Aqui debaixo tudo é gigante. A minha casa é o imenso. A calçada. A marquise. O passeio. Estes trapos. Meu mundo. Restos de memória.
TOMADA III
O passageiro. Pasta de couro. Invade minha casa. Mesmo de gravata. Não pede licença. Passa sisudo e vai embora. São tantos invasores. Muitos me olham. Poucos me veem. Eu não me vejo.
TOMADA IV
A beata. Terço na mão. Cruza a rua. Na minha direção. Para. Pergunta – Tem parente, qual seu nome. Penso .Já não me lembro. Não respondo. Não importa. Deixa uma moeda. Sai. Sem pedir licença.
TOMADA V
A mãe passa. Devagar. Com a criança. E o pet. Suja o tapete. Não recolhe. Não pede desculpa. Torce o nariz. Penso . Acha que sou cachorro. De rua. Eu me pergunto – Fui criança. Não respondo. Não me lembro.
TOMADA VI
O doutor passa. Apressado. Elegante. De branco. Penso . Só pode ser médico. Este pode invadir. É importante. Logo me levanto. Estendo a mão – Uma esmola. Por favor. Ele segue. Indiferente.
TOMADA VII
O motoqueiro. De capacete. Entra na padaria. Correndo. Todos estranham. Eu não. Penso . Está atrasado. Eles devem pensar . É assalto. Minutos depois . Sai apressado. Um saco na mão. Me entrega. Sobe na moto. Sai zunindo. Olho . Dentro tem um pão.
TOMADA VIII
Uma moça. E o rapaz. Sei pelas roupas. Pelos modos. Mãos dadas. Namorados certamente. Se olham. Me olham. Franzem a testa. Ao mesmo tempo. Falam algo. É sobre dignidade. E seguem. Penso . Não conheço esta palavra.
TOMADA IX
Deito ao sol. Senhor do tempo. Pergunto – Quando foi que o relógio parou, É hora do café, Já passou do almoço, Vai ter janta. Não sei. Enfio a mão no bolso. Tantos trecos. Uma moeda. Da beata. Não sou rico. Isto é lenda. Não sei quem sou. Respondo ao taxista. Que já foi embora.
TOMADA X
Ensaiado. Todos em seus lugares. Atenção. Silêncio. Gravando.
(GeraldoCunha- republicado)
A saudade, tema recorrente e que gosto imenso, merecia
spin-off, agora tem sua própria série.
Várias histórias de “saudade” serão traduzidas por sentimentos na sua singularidade, a cada episódio.
(GeraldoCunha/2021)
Criação coletiva de @mcmistturacriativa (Michele Cruz), @vicendron (Virgínia Carvalho), @dudinhaborbacunha (Maria Eduarda), @estevammatiazzi (Estevam Matiazzi), Fernando (do blog Chrosnofer), @divagacoesgcc.geraldocunha (GeraldoCunha), a partir do poema de mesmo título das Séries elos e agora desenhos.
Ficam os agradecimentos a todos.
Poemas de: @mcmistturacriativa (Michele Cruz), @vicendron (Virgínia Carvalho), @dudinhaborbacunha (Maria Eduarda), @estevammatiazzi (Estevam Matiazzi do blog @sabedoriadoamor), Fernando (do blog http://Chrosnofer2.WordPress.com @Chrosnofer2.WordPress.com), @divagacoesgcc.geraldocunha (GeraldoCunha).
Ilustrações: GeraldoCunha
GeraldoCunha/2021