
Manhã daquelas melancólicas.
Pensando nas despedidas
E as mudanças decorrentes.
Envelhecer e ver as pessoas morrendo de velhice entristece.
É o passado que vai sendo desfeito,
Somos nós que vamos deixando de ser futuro, presente e passamos a ser o passado.
Tem manhãs destes desatinos
Em que a nostalgia sacoleja a cabeça.
E eu me pergunto onde estão todos?
Hoje estão nas fotografias esquecidas.
Do colorido que a velhice deveria,
Vejo em preto e branco… fantasmas.
Em câmara lenta envoltos na neblina perambulam.
Circulando entre as cores que já não importam.
Nos olhos tristes a felicidade roubada.
Na boca o sorriso abandonado.
No silêncio a certeza de que o mundo está ficando surdo.
GeraldoCunha/2021