Lábios secos


Com os lábios secos
As primeiras palavras não saem
A boca presa à garganta cala
As palavras exiladas percorrem o corpo
E derramam pelas mãos trêmulas
Em rabiscos generosos se libertam
Nutrem o corpo
Umedecem a língua
Que passeia entre os lábios
Antes secos
Agora umedecidos
Deixando escapar a última que falta ao poema
Mas que o poeta em um assombro de egoísmo
Guarda para si
Ou para outro poema

(GeraldoCunha/2020)

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