Eu conhecia a solidão.
A minha solidão,
Não a solidão dos outros.
A solidão coletiva.
Com o assombro da morte
Desesperam-se,
Iludem-se.
Não sonham!
Os sonhos precisam do ontem e do amanhã.
Rasgamos o ontem.
Cuspimos no amanhã.
Perdemos a liberdade.
E sem a liberdade de viver
É que estamos todos mortos.
(GeraldoCunha/2020)
Leio teu poema escurando David Gilmour e seu extraordinário Live in Gdansk. A lembrança da espera, em um corredor semi-escuro, sozinho, para a cirurgia de retirada do câncer é exata, precisa, de um sentimento que nunca havia sentido antes: a solidão. Está aqui, em teus versos, a vertigem que vivi. Que bom que posso contar. Seguimos, meu amigo, na fé, na palavra e na companhia que a vida nos oferece a cada dia. Um abraço fraterno.
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Uauuuu! Fiquei impactado com seu comentário, mas que bom que o poema provocou este desabafo, relutamos tanto em falar deste sentimento, e dos momentos em que é mais intenso, muito por receio da incompreensão. Mas aqui o espaço é para isto. Daniel Bucker do Palavras Sãs (não sei colocar link) escreveu hoje sobre aprender a ser só, um texto primoroso. Mais cedo, a partir da sua referência musical no post “Fotografia: Outra viagem”, eu iniciei o dia com Neil Young e terminei com Bob Dylan (graças à vc e aos algoritmos de Spotify rsrs). São nestes momentos esquecemos a solidão ou aprendemos a conviver com ela.
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Nossa, não tinha pensado nessa loucura toda como a solidão coletiva. E como é incrível que as pessoas não sabem ser sozinhas. Vi milhões de situações que presenciei ultimamente nesse poema. Obrigado Geraldo, por esse retrato da atualidade com beleza poética.
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Daniel, escrevi este poema nestes dias silenciosamente turbulentos para mim, pensei até em não publicar, mas inquietação não me permitiU. A postagens, por curiosidade, coincidiu com a postagens do seu texto ‘Aprendendo a Ser Só’, que achei incrível e oportuno, mais ainda para o momento, se não lição para toda a vida. Quando a solidão é individual ela passa invisível aos olhos uns dos outros, resta saber se processo coletivo de solidão será diferente. Obrigado sempre! Abraço fraterno neste domingo.
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É uma boa pergunta mesmo como progridirá essa solidão coletiva. Muitos acreditam que haverá um despertar para as coisas realmente importantes da vida. Já eu, não sei se tenho tanta fé na humanidade… rs. Grande abraço amigo!
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Forte! Real! Gostei!
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Obrigado sempre!
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Exatamente pelo fato de estarem mortos, talvez, não enxergam a vida que passa…
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