Não gosto das indiretas,
quase sempre acho que são para mim
e gasto horas tentando interpretar
e me encaixar no perfil descrito.
Quando não isso,
outras horas tantas
gasto tentando adivinhar
para quem foram direcionadas
ou qual a circunstância que levou a isso.
É sempre um fardo para mim,
pois aflora uma fraqueza que tento não ter,
mas que tenho e por não conseguir não tê-la,
escondo bem lá no fundo do meu ser.
Aí vem a indireta lançada a quatro ventos,
com endereço certo,
por certo não para mim,
e eu divido com este não sei quem
a dúvida e a certeza da insatisfação do outro.
Pelo menos neste ponto sou um ser solidário.
Fosse eu egoista,
deixava para o outro
a certeza da indireta.
(GeraldoCunha/2016)