As longas conversas secaram
Feito rios esperando a chuva
Minguando esperançosos
No leito sobrou silêncio
Na margem solidão
Garganta secou
Boca cerrou
Desertou
Arenou
Calou
E só
.
(GeraldoCunha/2018)
Month / dezembro 2018
No fundo do poço a mão
Cai…
Cheguei ao fundo do poço
E não encontrei uma mola.
No breu sem saídas,
Olhei para o acima.
Em fresta de luz,
Uma mão se estendia.
Vindo ao meu encontro,
Agarrei-a com toda força,
O restante que em mim habitava.
O meu corpo resistia a sucumbir,
Minha mente insistia me expulsar
De onde eu não queria estar.
No fundo do poço!
Ergui…
(GeraldoCunha/2018)
Fragmentos
O tempo é este fragmento,
Uma partícula de saudade,
Do passado que se quer presente,
Que chega como avalanche,
Explodindo em segundos,
Evaporando no instante seguinte!
O tempo é este segundo,
Um suspiro de esperança,
Do presente que se mostra futuro,
Que não tarda em surgir,
Preenchendo o espaço do ócio,
Desaparecendo no instante seguinte!
O tempo é este suspiro,
Um apanhado de fragmentos,
Do passado, presente e futuro,
Que se fundem e confundem,
Materializando nosso modo de ser,
Renovando no instante seguinte!
(GeraldoCunha/2018)
Sorriso atrevido
Transparência
Falo através dos meus poemas!
É onde me expresso sem paredes.
Quando surgem tento derrubá-las,
Escapando por janelas imaginárias,
Quando o lado mais sombrio empareda.
É onde recebo de portas abertas,
Enfrentando o solitário vazio d’alma,
Quando o coração ferido ainda cicatriza.
Sou a transparência dos meus poemas!
É aonde caminho com segurança.
Quando o pensamento é turvo.
Abrindo gavetas há muito emperradas,
Quando escapam as palavras silenciadas.
É aonde me convenço da realidade angustiante,
Aprisionando os monstros que amordaçam,
Quando só o grito por liberdade não basta.
(GeraldoCunha/2018)
Lanternas
Guia o caminho adiante
Adianta a rota da chegada
Iluminai!
O tempo do breu
O vazio do espaço
Farol do tempo
Clareia as ideias turvas
Preencha os pontos cegos
Iluminai!
O nublado pensar
O constante negar
Lampião do pensar
Transpareça luz interior
Refletindo sua imagem
Iluminai!
O saber escondido
O querer contido
Candeeiro do saber
(GeraldoCunha/2018)
Divagação 79
Alguns dizem: -a culpa é das estrelas…
Eu digo: – a culpa é do destino que nos fez ver estrelas em céus distantes…(GeraldoCunha/2018)
Ilhado – reeditado
Preso em meus pensamentos,
Escravo dos meus medos,
Ilhado sem ter para aonde ir.
Fixado em ideias torpes,
Perdido em mundo de angústias,
Ilhado sem ter para quem ir.
Prisioneiro sem grades,
Escravizado sem grilhões,
Ilhado em meio à multidão.
Para se libertar
o primeiro passo
é entender
o que te aprisiona
(GeraldoCunha/2017)