(Gostou? veja também Urbano)…
Não se ouve mais o cantar,
É pássaro que voou pra longe;
É vento que deixou de soprar;
É manada invadindo o lugar;
É celular que não para de chamar.
Somos nós.
Só se ouve o ruído das máquinas,
São campos tomados por asfalto;
São árvores tombadas por concreto;
São gritos assombrados no ar;
São armas disparando sem avisar.
Somos nós entregues à própria sorte.
Não se vê árvore a frutificar,
É água que não quer parar de afogar;
É fogo que não quer cessar de queimar;
É multidão sem lugar de morar;
É flor de plástico a enfeitar.
Somos nós.
Só se vê carros a transitarem,
São combustíveis a inspirar;
São buzinas a incomodar;
São pessoas a se atropelarem;
São painéis a nós cegarem.
Somos nós a nos viciarmos.
Não se sente mais os pés a pisarem,
É terra que não para de tremer;
É mar que só quer revoltar;
É população que só quer reclamar;
É negligência por todo lugar.
Somos nós.
Só se sente pessoas se amontoarem,
São casas suspensas a se suportarem;
São calçadas invadindo os mares;
São esgotos a se misturarem;
São condomínios particulares.
Somos nós a nos socializarmos.
(GeraldoCunha/2018)
Que análise, que prosa maravilhosa 😍
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Obrigado Marco, feliz com sua participação.
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😉
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Muito bom!
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Obrigado Deivid!
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Muito bom!
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🙏😘
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Olá!
Vc tb publica no sweek?
Obg
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Olá. Ainda não conheço, mas vou me informar. Obrigado!
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Fiquei imaginando os homens do próximo milênio lendo seu poema…Muito Bom!
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Obrigado Cristile por sempre estar me prestigiando, feliz que tenha gostado. Se estamos assim agora, imagine no próximo milênio, será que este poema sobreviverá até lá? Oxalá.
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Estou certa que sobreviverá. Será objeto de estudo dessa galáxia, rsss, Abraços.
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“Só se sente pessoas se amontoarem,
São casas suspensas a se suportarem;
São calçadas invadindo os mares” Belo jogo de palavras
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Obrigado Antônio, este é um estilo que gosto muito, às vezes a inspiração vem e me permite esse jogo de palavras. Abç.
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Gosto do jogo de palavras, mas…não “Somos nós”, individualmente ou como sociedade, ainda capazes de partilhar e construir muita coisa boa?
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Obrigado Dulce, sim, com certeza vc tem razão. A mesma mão que pode destruir também pode construir. Este é apenas um dos cenários deste ambiente urbano que vivemos, o poema foi construído a partir das percepções de um dia conturbado em uma metrópole e do saudosismo dos dias calmos no campo de outrora. Mas em um outro momento a percepção pode ser outra, mais positiva, e quem sabe dai também venha inspiração para outro poema? Isto é o que me encanta nos poemas, a possibilidade de ter várias visões de um mesmo cenário. 🙏
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e somos nós a nos isolarmos, cada vez mais…
parabéns pelo teu blog!
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Obrigado Gabriel, é sempre bem vindo! Pois é a metrópole às vezes nos causa isto, este isolamento, esta angústia e perturbação. Vc captou muito bem o sentido do poema. Abraço
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Seus poemas são muito bons, já escrevi antes…mas, este, mais que um poema é um “tratado sociológico emergencial para a humanidade”…somos nós…Cristileine sintetizou muito bem…para estudar no presente e no futuro…
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Obrigado Estevam por suas palavras e observações, sempre muito simpáticas e elogiosas. É muito bom quando um poema levanta tantos questionamentos e leva mais e mais pessoas a uma reflexão sobre o que fizemos até chegarmos aqui, como estamos e o futuro que está sendo construindo. Viajei…abraço.
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“Somos nós” e também somos nós.
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Sim, às vezes nós atados cada um em seu mausoléu urbano. 🙏
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[…] via Poema urbano — Divagações & Pensamentos […]
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Achei bonito e compartilhei no meu Blog. Espero que não se importe.
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Obrigado pelo elogio e carinho. Claro que pode compartilhar, espero que seus seguidores também curtam. Este poema veio em um daqueles momentos únicos (que graças à Deus se repetem às vezes) de inspiração.
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Nossa! Adorei… Retrata o real da atualidade! Parabéns
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Obrigado! Algumas das tantas cenas urbanas.
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“socializar”…palavra que foi distorcida…virou “discivilizar”… ótimo poema ✨🙏
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Obrigado! Um poema que escrevi faz tempo! É cada vez mais real, estamos a passos estreitos da “discivilização”. 🌻
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