Sem tempo

Já parou para pensar quanto tempo gastamos para contextualizar e dizer que não temos tempo?

Andamos sempre tão ocupados.

Sem tempo para pedir licença, atropelamos e atravessamos na frente.
Perdemos o respeito, esquecemos gentilezas.

Sem tempo de dar um “oi”, de telefonar ou retornar uma ligação, de mandar ou responder a uma mensagem.
Abandonamos e somos abandonados.

Sem tempo de sermos atenciosos, aos poucos vamos nos afastando.
Deixamos de confraternizar.

Sem tempo para uma conversa, para escutar e ser ouvido, viramos nossa própria rotina, que usamos como justificativa e desculpa.
Solitários na multidão.

Sem tempo para o outro, sem tempo para nós, tentando nos eximir de qualquer responsabilidade.
Procuramos amenizar a culpa, culpando o próprio tempo.

Sem tempo.

Que não percebemos o quanto de tempo perdemos com desculpas.
Que não percebemos o quanto de tempo temos para doar atenção.
Que não percebemos quão pouco tempo alguém precisa para se sentir valorizado.

(GeraldoCunha/2018)

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