Apavorado me arvoro a correr.
Ofegante olho para trás insistentemente.
Atrás vejo sombras que não existem.
Produzidas pela minha mente, apavoram.
Volto-me para a frente, querendo esquecê-las.
O que vejo adiante entorpece.
É o receio daquela sombra se tornar real.
Anestesiado, corro sem sair do lugar.
Reconheço o medo, pois já incontrolável…
Me torna cego, surdo e mudo.
Sem controle me entrego.
Visto a sombra inexistente que me persegue.
Sucumbo ao medo e já não há mais saída.(GeraldoCunha/2017)
Muito bom.
É curioso que surrealista O’Neil tenha um poema com o mesmo título mas com um enfoque diverso daquele que você tem.
Força, nisso!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Obrigado! Muito bom ter este retorno. Não conhecia a obra de Alexandre O’Neil. Li o poema referência (o poema pouco original do medo), gostei muito, excelente construção. Cada vez gosto mais dos poetas portugueses. Abraço
CurtirCurtir