Sofro todos os dias sua ausência, foi cedo demais no meu modo de pensar.
Acreditava no eterno, pois é o que permite viver, sabendo que o fim inevitável é a morte.
Outras ausências também são sentidas, mas nelas sempre há a esperança do voltar.
Mas o momento da partida chegou, inesperadamente, dando pouco espaço de tempo para uma despedida.
E quem queria se despedir, sabendo que o para sempre estava ali?
Sofro só a sua ausência, pois em vida fomos você e eu, só.
É incompreensível no pensar do outro, no meu não! Você foi só e eu fiquei só.
Não me revolto, nem me agarro a este sentimento, apenas me entristeço às vezes, outras me alegro lembrando.
Sua presença, na ausência, ainda é muito forte, tem memória, mas não tem o cheiro, o contato, o ouvir.
Sofro pois uma parte de mim, do meu melhor, se foi e não há como recompor ou substituir.
Há como se adaptar e seguir.
(GeraldoCunha/2016)